Capítulo 11: A Chave Secreta do Romance

Capítulo 11: A Chave Secreta do Romance
– Leslie –
Imagine a cena! Lá está você e sua futura esposa cami­nhando pela praia. O cenário é perfeito! Uma brisa morna acaricia suas faces, as ondas vão harmoniosamente ao encontro das rochas, uma gaivota voa sobre suas cabeças e crianças brin­cam à distância. Vocês dois param e sentam-se em um banco para contemplar o lindo pôr-do-sol, que ilumina o céu sobre o oceano. Você sorri e olha nos olhos dela. Não há nada que possa atrapalhar o momento. Respira fundo e começa a fazer a pergunta que espera fazer há tanto tempo:
– Susana… queria te perguntar uma coisa, você começa a falar hesitante.
– O quê? Ela olha para você com expectativa.
Com as mãos trêmulas, você mostra uma caixinha branca. O momento que você tanto esperava finalmente chega. O romance está no ar! Tudo é bonito! Você sabe que aquele será o pedido de casamento mais perfeito. Quando está pronto para falar, de repente, você ouve uma voz que vem de algum lugar, atrás de você.
– Ei, vocês dois, seus pombinhos, ressoa a voz da sua mãe, não é um lindo pôr-do-sol? Olhem para essas cores! Julinho?! Isso aí é uma aliança? Que romântico!
Logo o seu pai aparece também:
– Ei, será que alguém quer pipoca?
– Não podíamos perder esse grande momento, sua mãe interrompe, enquanto tira a câmera fotográfica da bolsa queríamos estar aqui para fotografar o momento em que Susana aceitasse o pedido de casamento! Isso é tão emocionante!
Você não acredita no que está acontecendo. O sonho romântico tornou-se um pesadelo! Seus pais estão perseguindo-os aonde quer que vão! Sua boca seca e você sente seu estômago revirar.
– Ei, Julinho, o que é que está esperando? Ressoa a mesma voz familiar. Faça a pergunta! Cada segundo está sendo filmada em vídeo! Nossa, seu rosto está bem vermelho, hem! Você usou outra vez aquela colônia que te dá alergia? Aquilo realmente fede!
Vagarosamente, você vira para a câmera de vídeo e vê um baixinho filmando tudo. Seu irmãozinho! Aahhh! Nãaooo!!!
Você dá um pulo e começa a correr o mais rápido que pode. Você precisa se livrar de sua família! Eles estão estragando tudo! Você continua correndo, sem olhar para trás! Ouve vozes à distância:
– Júlio! Aonde você está indo? pergunta Susana. Não me deixe aqui sozinha com esses malucos!
– Ei. Julinho. grita seu irmão, qual o problema? Você tá precisando ir ao banheiro?
– Júlio Schimit, berra sua mãe indignada, venha já aqui. mocinho, venha pedir a mão da Susana!
Sua vida já era. Nunca mais será a mesma! Romance é coisa do passado e tudo isso é culpa do seminário do Eric e da Leslie Ludy. do qual você participou. Eles o aconselharam a permi­tir que sua família se envolvesse mais no seu relacionamento com sua futura esposa. Eles destruíram sua vida! Você nunca se casará e Susana nunca mais vai olhar na sua cara. Tudo é um desastre. Você está destinado a ser um ermitão para sempre. Tudo por culpa deles!
Está bem, está bem, está bem. É apenas imaginação, não é a realidade! Uf! Esse cenário daria para ser o de um filme de terror!
♥ ♥ ♥
Visões dessa horrível situação começam a dançar em nossas mentes quando ouvimos pela primeira vez frases como “envolver a sua família”. Permitir que a nossa família se envolva nesta sagrada área de nossa vida, a dos relacionamentos, soa a coisa mais terrível que nos possa acontecer. Quero dizer, deixar Deus no controle de tudo já foi ruim o suficiente! Agora, deixar a minha família fazer parte disso? DE JEITO NENHUM!
Simplesmente, temos a certeza de que eles vão estragar tudo e destruir o romance. E o envolvimento deles, seja qual for, transformará todo o relacionamento em um grande pesadelo.
Bem, nós dois queremos dizer que SABEMOS exatamente como você se sente. Eu e Eric amamos muito nossas famílias, mas o pensamento de que todos se envolvessem de forma íntima em nosso futuro relacionamento nos incomodava muito. Mas. acidentalmente, descobrimos que o envolvimento de nossas famílias era um segredo do romance em nosso relacionamento. Sim, você acabou de ler isto mesmo: romance!
Não nos arrependemos nem um pouco de nossas famílias terem participado diretamente em nosso relacionamento. Quando olhamos para trás e vemos que realizamos as coisas à maneira de Deus, vemos também que eles fizeram GRANDE parte da beleza do romance que experimentamos.
Eric e eu sempre sonhamos em nos apaixonar e nos casar com nossos melhores amigos. Sempre achamos que seria muito romântico ter um lindo relacionamento com alguém e, então, per­ceber que estávamos apaixonados um pelo outro.
Ao crescer e entrar no mundo do namoro, cheguei à conclusão de que aquele sonho, provavelmente, não era muito realista. Quero dizer, como é que uma pessoa pode se tornar o “melhor amigo” de alguém do sexo oposto se eles estão sempre tentando impressionar um ao outro?
Eu conhecia um cara bonito na escola ou na festa. Trocávamos olhares por algum tempo. Logo, estávamos conver­sando e paquerando e depois já estávamos namorando. Desde o começo, nosso relacionamento era baseado apenas na atração. Eu nunca consegui realmente conhecer um cara, depois de paquerar e impressionar, para considerá-lo um amigo verdadeiro. O namoro sempre me impediu de desenvolver amizades verdadeiras.
Conheci Eric durante um período de minha vida em que eu havia decidido renunciar meus relacionamentos de namoro e con­centrar-me em Deus até que Ele trouxesse meu futuro marido a minha vida. Eric é cinco anos mais velho que eu, e, naquele tempo, eu o considerava um irmão mais velho no Senhor.
Logo que começamos a nos conhecer, o tempo que gasta­mos juntos foi, na maioria das vezes, com nossas famílias. Tínha­mos reuniões de oração em nossas casas, fazíamos piquenique e churrascos e compartilhávamos muitos outros momentos de comu­nhão. Nossas famílias até viajaram juntas em trabalhos missionári­os.
Creio que Eric foi o primeiro jovem a me conhecer como eu realmente era. Por quê? Porque a nossa amizade cresceu enquanto estávamos com nossas famílias. Era impossível para mim vestir uma máscara para impressioná-lo. Principalmente com DOIS irmãos mais novos ao meu redor para manter-me bem humilde! Irmãos, irmãs e pais não permitem que você saia da linha.
Pode parecer algo muito incômodo conhecer alguém dessa forma, mas foi a melhor coisa que fizemos. Depois de alguns me­ses, quando permitimos que conhecêssemos um ao outro, perce­bemos que nos tornamos rapidamente verdadeiros amigos.
Quando Deus começou a nos mostrar que o Seu plano era que fôssemos “mais do que amigos”, nossas famílias puderam se envolver integralmente no novo relacionamento e apoiá-lo pelo fato de todos terem testemunhado o seu crescimento e desenvolvimen­to. Nossos pais vibraram com o que Deus havia realizado em nos­so meio e nos abençoaram para que aprofundássemos nosso rela­cionamento. Eles confiaram em nós! Eles puderam nos liberar para que o nosso relacionamento fosse dirigido por Deus pelo fato de terem testemunhado a forma como Deus nos havia unido.

Pensamentos de Eric sobre a família
Durante o meu período de crescimento, as palavras famí­lia e romance nunca foram sinônimas para mim. Família estava associada a coisas como mesa de jantar, disciplina, igreja e quarto arrumado. Romance estava sempre associado a sonhar acordado, sussurros, beijos roubados e cinemas drive-in *. Pronunciar as duas palavras juntas na mesma frase seria como jogar sal em cima de um delicioso sorvete com cobertura de chocolate quente. Tudo isso até eu começar a conscientizar-me da maneira de Deus realizar as coisas.
Eu, praticamente, deparei-me com esse antagonismo aparente. Foi em um domingo à tarde, no verão de 1992. Saí para almoçar com um senhor chamado Richard R. Runkles… nada mais, nada menos do que o pai de Leslie!
– Hum, Rich? balbuciei, enquanto secava as palmas de minhas úmidas mãos com o guardanapo. Acho que Deus tem me mostrado que um dia Leslie será minha esposa!
Se fosse para classificar as frases mais constrangedoras que eu já pronunciei em toda a minha vida, essa, provavelmente, seria classificada como a segunda mais abominável. A primeira foi quando meu irmão tinha quatro anos e tive de contar a ele sobre sua marca de nascença no bumbum. (Brincadeirinha, Mark!) É constrangedor e anormal quando se diz algo desse tipo a um pai. É como se você estivesse dando uma palestra importante com o zíper da calça aberto. Não importa quão digno de confiança você aparente ser, os pais têm a capacidade de perfurar a nossa alma.
Quando eu, finalmente, murmurei aquelas palavras fatais, Rich fez a declaração mais extraordinária que eu já ouvira em toda a minha vida.
– Eric, disse, eu e Janete temos orado pelo futuro marido de Leslie por quatorze anos (quando tornaram-se cristãos) e sabe­mos já há algum tempo que você é esta pessoa.
Agora, é importante que você saiba que essa não foi a nossa primeira conversa. Eu já havia pedido conselhos a Rich. Queria saber como deveria distanciar-me de Leslie, sem magoá-la, para não nos desviarmos dos propósitos de Deus para as nossas vidas. Rich abençoou-me e aconselhou-me a prosseguir o relacionamento com Leslie e a deixar que Deus me dirigisse.
Eu não havia percebido o significado daquela declaração, mas, no decorrer das semanas, Deus começou a falar comigo. Mos­trou-me que era realmente Ele quem estava harmonizando o meu, relacionamento com Leslie e que, de fato, havia destinado que nos­sas vidas se unissem. Em vez de ter ido diretamente a Leslie e falar sobre aquelas novidades emocionantes, aprendi uma abordagem diferente.
Deus permitiu que meus olhos vissem que Leslie estava protegida por uma “bolha”- ninguém poderia abrir a porta da “bo­lha” sem ter a chave. E havia apenas um homem que possuía a “chave da bolha” que protegia aquela jovem, Rick Runkles, seu pai, o homem que a conhecia melhor do que qualquer outro homem na face da terra. Então, fui primeiro até ele. E naquela manhã ines­quecível, enquanto eu suava na sua frente, ele me deu a chave!
Mesmo depois de eu ter a “chave”, não corri para contar a Leslie sobre o acontecido. Ao contrário, marquei um encontro com o pai dela e o meu pai para que pudéssemos conversar. Eu queria fazer as coisas da forma certa e sabia que o jeito mais seguro de fazer isso seria por meio da oração e do conselho dos “meus dois pais”.
Rich e meu pai oraram por mim e abençoaram o relacionamento que estava para iniciar. Então, Rich proferiu as palavras que eu nunca mais esqueceria:
– Eric, eu o abençôo para ganhar o coração de minha filha.
Naquele momento essa verdade tornou-se vivamente clara para mim. “Com a bênção do pai. vem a bênção do Céu.” Leslie era o tesouro precioso de Rich. Ele tinha a responsabilidade de guardá-la e protegê-la até que o seu marido tomasse essa responsabilidade. Deus me honrou. Nosso relacionamento foi concebido na ordem correta e apropriada, e, desde então, estáva­mos colhendo os benefícios.
Com o passar dos meses, comecei a encontrar-me com Rich regularmente. Como ele conhecia Leslie melhor do que ninguém, ele começou a me mostrar quem ela era e quais eram as suas ne­cessidades. Aprendi a ser muito mais sensível com Leslie por meio daquelas conversas com Rich do que se tivesse desenvolvido essa responsabilidade apenas no relacionamento com ela.

Agora, de volta a Leslie…
Ao descobrir que os meus pais e os pais de Eric sentiam que ele era o homem certo para mim, eu tive a confirmação exata de que precisava para compreender a vontade de Deus. Eu sentia que Eric era o homem da minha vida, mas desejava que Deus me mostrasse isso por meio de uma outra pessoa. E Ele escolheu os nossos pais.
Quando Eric começou a se encontrar com meu pai. eu me senti tão honrada! Ali estavam dois homens – os dois homens mais importantes da minha vida – encontrando-se com o único propósito de falar sobre A MINHA VIDA. Eles discutiam a melhor maneira de me tratar, minhas necessidades e desejos. Que garota não se sentiria como uma princesa nessas circunstâncias?
Pouco tempo depois da segunda conversa entre Eric e meu pai, nossas famílias se reuniram – éramos dez pessoas – para falarmos sobre o que Deus estava fazendo. Estávamos todos na sala e cada pessoa das duas famílias – nossos irmãos e pais – falavam da felicidade que sentiam ao saberem como Deus nos havia revelado pessoalmente que o nosso relacionamento era uma direção Dele. Que noite emocionante!
Naquele dia, nossas famílias se uniram em uma comunhão muito íntima. Éramos, até então, os melhores amigos. Nossas famílias puderam ver nosso relacionamento crescer e desabrochar como Deus desejava que acontecesse. É claro que não somos perfeitos. Todos cometemos erros. Mas Deus continuou a manter o nosso amor. Por meio do nosso relacionamento, eu e Eric tivemos a bênção e o apoio total de cada pessoa de nossas famílias. Certamente, esse foi o plano de Deus para as nossas vidas.
Nem todos têm pais ou membros da família que sejam firmes com Deus como os nossos. Nem todos serão abençoados por suas famílias como nós somos abençoados por nossas famílias. Mas acre­ditamos que, mesmo assim, Deus tem um plano extraordinário para a área de relacionamentos na vida de cada pessoa. Se você fizer o que for possível para honrar seus pais, seus irmãos e suas irmãs, você pode ter a certeza de que Deus lhes dará uma bênção excep­cional. Um dos momentos inesquecíveis de minha vida aconteceu logo após a cerimônia do nosso casamento. Eu, Eric e nossas fa­mílias nos reunimos em um salão, no fundo da igreja. Todos se abraçavam, choravam e riam – todos ao mesmo tempo! Foi lindo! Toda a nossa família sentiu-se tão parte da celebração como nós sentíamos! Começar uma nova vida com o apoio, a bênção e o entusiasmo de nossa família foi inacreditavelmente arrebatador e libertador! Pudemos olhar para o nosso futuro com entusiasmo e para o nosso passado sem arrependimentos.
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Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra.
Efésios 6:2-3
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Senhor, obrigado pela família que me tens dado. Ajuda-me sempre a lembrar que eles nunca serão perfeitos – que eles poderão decepcionar-me porque são humanos, assim como eu sou. Ajuda-me a ter a graça e a força para perdoar minha família quando eles me magoarem. Quero deixar o orgulho e as mágoas que sinto com relação a eles e começar a tratá-los com o amor e o respeito que Tu desejas.
Quero conhecer o plano que Tu tens para a minha família. Por favor, dá-me a coragem para permitir que eles se envolvam e façam parte da minha vida. Dá-me a humildade para escutá-los e a sabedoria para considerar seriamente tudo o que falarem.
Quebra todas as paredes que nos separam. Ajuda-me a amá-los incondicionalmente!
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O Seu Castelo de Sonhos

Que bom, você conseguiu colocar o telhado – agora você pode se mudar! É! Mas espere um minuto, será que não está faltando nada?
Faça uma supervisão no seu castelo. Você já assentou o concreto, os blocos de pedra. Você já tem, até mesmo, um teto à prova de água e de “sujeira” de passarinho. Mas quanto tempo você conseguirá ficar em um lugar onde não há carpete nem móveis – sem falar da lareira?
O seu castelo precisa daquilo que alguns chamariam de “um toque feminino”. Mas também pode ser “um toque masculino”. Na realidade, é sobre isso que falaremos neste próximo capítulo. Por isso, rapazes…. estejam atentos e peguem as revistas de decora­ção!
PASSO 6 na lista de trabalho: completar com o carpete, com os móveis e com o fogo da lareira. Traduzindo para relaciona­mentos, significa:
ternura.

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